Resende sofre gol, mas leva vantagem para Cuiabá
O empate de 1 a 1 no Estádio do Trabalhador deixava o Mixto em vantagem para o jogo de volta por conta do gol fora de casa, marcado pelo atacante Geílson. Mas a estrela de Marcelo Régis brilhou e fez valer o que Clebson disse após fazer o primeiro gol do time: "Aqui quem manda é o Resende".
Agora, o Resende precisa de um empate no jogo de volta, que acontece no próximo domingo, em Cuiabá. A regra da Série D é a mesma utilizada na Copa do Brasil, que valoriza o gol fora de casa. Portanto, se perder por um gol de diferença marcando ao menos dois, o Resende também passa para enfrentar o vencedor do duelo entre Tupi e Aparecidense.
Quente fora, morno dentro
Trinta minutos quase sem emoção. O forte calor e duas equipes bem postadas defensivamente esfriavam o jogo. O treinador do Mixto, Ito Roque, optou por um esquema com três volantes e três atacantes e com isso criava pouco. Sem Hiroshi, suspenso, o Resende também sofria na criação de jogadas e dependia muito das subidas dos alas Muriel e Everton.
Para substituir o artilheiro do time, Geovane Maranhão, também suspenso, Paulo Campos optou pela velocidade do jovem William Carioca. Foi com ele, em boa jogada pela direita, que nasceu a primeira chance do jogo. O substituto de Maranhão foi até o fundo e cruzou para trás, mas um leve desvio do zagueiro Kal, do Mixto, fez com que a bola escapasse de Léo Silva de frente para o gol.
Tem aquela história de que quem não faz leva, mas quem não cria leva também. Aos 30, Geílson teve sorte e marcou, de falta, seu primeiro gol no time mato-grossense. A bola desviou na barreira e Arthur não teve chances. 1 a 0 para os visitantes.
Gol sofrido em casa no mata-mata costuma baquear. As provocações entre os jogadores começam e, em desvantagem, o Resende poderia perder a cabeça. Segundo Clebson, após o gol, um dos defensores do Mixto teria feito deboche. A primeira tentativa de resposta do atacante foi no drible. Ele dominou na entrada da área e tentou um elástico. Não deu certo. Mas Clebson continuou com a bola, deu o passe para Everton e partiu para área. Na dele, fez a diferença. Recebeu o cruzamento do lateral e cabeceou no canto do goleiro Bruno. Isso somente quatro minutos após o Mixto abrir o placar.
A volta dos lesionados
O Resende melhorou. Passou a mandar no jogo. No segundo tempo, antes dos 15, já tinha arrancado o "uhh" da torcida pelo menos três vezes. Na melhor delas, Deoclecio cabeceou bem e a bola explodiu no travessão.
O tempo foi passando, a bola não entrava e as chances foram minguando. Hora de mexer. Paulo Campos desta vez tinha um banco recheado. Entre as opções estavam Marcel e Marcelo Régis, referências do time, que estavam lesionados e ainda não tinham tido a oportunidade de ajudar o Resende na Série D.
A partir dos 25 minutos a oportunidade veio. Primeiro entrou Marcel. Poucos minutos mais tarde veio a vez de Marcelo Régis. Depois de muito tempo parados, é natural que os dois sentissem falta de ritmo, mas poderiam fazer a diferença em um lance.
Esse lance começou com o escanteio cobrado por Everton. Mais uma vez Deoclecio subiu bem, cabeceou, mas o goleiro Bruno espalmou. A bola veio assim como Marcelo Régis havia brincado, de um jeito em que ele só precisasse empurrar, de cabeça. 2 a 1 e o Resende em vantagem nas oitavas de final da Série D.
O Resende não conseguiu ampliar no restante do tempo, mas Paulo Campos pôde lançar mais uma volta, a do meia Denílson e quase comemorar em uma falta cobrada com muito perigo por Marcel que Bruno colocou para escanteio.
- A equipe mostrou superação. Muitas equipes se abalam após sofrer o gol em casa em um mata-mata. E nossa equipe ainda é jovem na competição, mas mantivemos a postura. Tivemos dificuldades no primeiro tempo, mas o segundo foi nosso. Temos dois resultados para conseguir a classificação: a vitória, que é o que a gente busca sempre, e o empate - comemorou Paulo Campos, que ainda lembrou do confronto contra o Caxias, na Copa do Brasil deste ano. Daquela vez, o Resende também venceu o primeiro jogo por 2 a 1 e, fora de casa, segurou o empate e conseguiu a vaga.
Destaques
Resende
As voltas foram o maior destaque do time. Agora com um elenco cheio de opções, o time cresce em qualidade. Marcelo Régis e Clebson foram decisivos e Everton mais uma vez participou da jogada de todos os gols, mas foi Dudu quem teve uma atuação sem falhas e ganhou praticamente todas as disputas que teve.
Mixto
O goleiro Bruno foi bem, como em toda campanha do Mixto. Geílson mostrou estrela e o volante Felipe Blau foi bem tanto na defesa, quanto no ataque. Quase empatou a partida em um belo chute de fora da área que parou no travessão de Arthur.
Ficha Técnica
Resende: Arthur; Marcelo, Admílton e Thiago Sales; Muriel (Marcelo Régis), Dudu, Léo Silva, Deoclecio (Denilson) e Everton; William (Marcel) e Clebson.
Técnico: Paulo Campos.
Mixto: Bruno; Lucas Newton, Wellington, Kal e Robinho; Kiko, Jamba e Felipe Blau; Geílson (Robinho), Jônatas Obina (Felipe Tchelé) e Rafael Paty (Fabrizzyo).
Técnico: Ito Roque.
Cartão Amarelo: Thiago Sales (Resende)
Gols: Clebson e Marcelo Régis (Resende) / Geílson (Mixto)