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Tomou gosto


"O Elias é o melhor jogador em atividade no futebol brasileiro". A frase faria todo sentido para o torcedor do Flamengo na noite de ontem. Foi sim, dita por um flamenguista, mas há mais de quatro anos.

No Corinthians, Elias comeu a bola, mas ela foi parar na barriga de Ronaldo. O grande atacante do adjetivo ambíguo ficou impressionado com o desempenho do camisa sete. E camisa sete no Corinthians é meio caminho andado. Elias era adorado pela torcida, mas justamente o cara que o elegia como o melhor, era quem o ofuscava.

Brilhou o suficiente para aparecer na seleção e na Europa. Saiu e deu espaço para um tal de Paulinho, que ficava lá, só aprendendo do banco. Não dá pra dizer que Elias não queria ir pra fora, mas me arrisco a dizer que saiu com uma ponta de frustração.

Caras apaixonados no futebol são poucos. Amam mesmo o que fazem. Não só as regalias e mulheres que vêm no pacote. São aqueles que vivem de alegria de torcida.

Na Europa, protagonizou um filme que parece ser da Sessão da Tarde, de tanto que se repete. O bate e volta. Nesse filme, aquela lição de moral do fim é: se você tem lenha pra queimar no Brasil, fique.

A frustração que eu imagino que Elias tenha tido é a de não ter se tornado aquele ídolo no Corinthians. No sucesso estrondoso de Paulinho deve ter tido a certeza de que poderia ter sido.

Mas o mundo do futebol dá voltas e outras chances. Elias veio parar em um clube carente desse ídolo maior, com o torcedor doido pra amar um cara que goste do time dele de verdade. Um torcida com a passionalidade que alimenta os ídolos.

Elias chora. Tem vocação para ídolo. Talento sobrando. Em terra de cego, Elias não só tem um, como dois e ainda é dos que consegue abrir o sexto chakra, o terceiro olho.

Elias merece e teve sua noite de ídolo.

É bom o botafoguense não comemorar a queda do Cruzeiro. É bom ter cautela porque caras como o Elias não se dão por satisfeitos. Eles tomam gosto.  

Ricardo Vieira

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