Sem explosão: como o 'barril de pólvora' Mixto, adversário do Resende, chegou às oitavas da Série D
Depois de 180 minutos só uma torcida vai poder comemorar. Os 1.770 quilômetros de distância entre Resende e Cuiabá estarão encurtados pelo mesmo objetivo de buscar a vaga nas quartas de final da Série D do Campeonato Brasileiro. O Resende iniciou bem a primeira participação no torneio nacional, mas para seguir com chances de acesso, terá que passar pelo tradicional Mixto mato-grossense.
O principal problema que o Resende enfrentou na fase de grupos foi o alto número de atletas com lesão. O treinador Paulo Campos apostou na garotada para suprir as ausências. Os meninos deram conta do recado. Uma defesa sólida e um ataque com dois artilheiros fizeram a diferença e o clube conseguiu superar Nova Iguaçu, Aracruz (ES) e Araxá (MG). Ficou atrás somente do Tupi (MG), mas o mais importante era a vaga e agora terá pela frente um adversário que teve outros tipos de problemas para superar.
Troca de goleiro, presidente, esquema...
Considerando a máxima de que "um grande time começa com um grande goleiro", o Mixto começou bem a Série D. Na vitória por 1 a 0 sobre o Aparecidense na primeira rodada, o camisa 1 Maurício Telles foi o destaque. Era a estreia do goleiro, que acabou jogando só mais uma vez. Pediu dispensa com medo dos salários atrasados que eram constantes no clube.
Maurício e mais quatro atletas (outros dois deles titulares) abandonaram a barca que parecia destinada a afundar. O treinador Ito Roque, que substituiu o volta redondense Cláudio Adão, se esforçou para não deixar que os problemas extra campo atrapalhassem. Mas não foi fácil. Depois da derrota para o Águia Negra na segunda rodada, Hélio Machado, então presidente do Mixto, chegou a declarar que o clube era um "barril de pólvora". A pólvora no caso era feita de falta de dinheiro e atletas com três meses sem salário.
O tempo de recesso para a disputa da Copa das Confederações foi essencial para o Mixto arrumar a casa. O presidente Hélio cedeu a pressão, renunciou e foi substituído por Éder Moraes. O elenco começou a ser remontado com a competição em andamento. Dois reforços importantes chegaram. O goleiro Bruno provou com ótimas atuações que se depender dele, a velha máxima pode valer no Mixto.
O outro veio com uma curiosidade. O atacante Rafael Paty, que fez o gol da vitória que garantiu o Mixto na segunda fase - contra o Águia Negra, na nona rodada -, assinou contrato por três meses. Ou seja, se o Mixto avançar até o fim da competição, na teoria, perderá o artilheiro no último jogo da semifinal e na final.
Não é a única curiosidade do Mixto em relação à contratos. O volante Kiko era o capitão da equipe, mas não pôde enfrentar o Goianésia na terceira rodada. O jogador lembrava que seu contrato estava prestes a terminar, mas não tinha certeza da data. Foi avisado do término na véspera da partida. Renovou dois dias depois, mas quase perdeu a vaga no time titular.
Os volantes Jamba e Felipe Blau se acertaram e o treinador Ito Roque decidiu armar o Mixto com três atacantes. Kiko foi sacado. A formação durou dois jogos. Após perder para o Brasília, que era o lanterna do grupo, nova revolução no Mixto.
Dispensas, chegadas e formação definida
Fora de campo, três jogadores foram dispensados por indisciplina, dois eram titulares do time: o lateral esquerdo Ralph e o atacante Furlan. Na ocasião, o presidente Éder Moraes foi taxativo em entrevista ao globoesporte.com: "o Furlan, Ley e Ralph estavam exagerando na noite, muita bebedeira. Não dá. Tem que ser profissional. Eles não se encaixam no perfil que o Mixto precisa".
Dentro de campo, novo esquema. Kiko retornou ao time e o Mixto passou a jogar com três volantes. O esquema foi mantido, mas as mudanças continuaram.
Chegaram os dois jogadores com alguma fama no cenário nacional. Jônatas Obina, corpulento atacante que ganhou o apelido graças a alguma semelhança com o Obina mais famoso, chegou a ser titular do Atlético Mineiro em um passado não tão distante, mas foi dispensado pelo técnico Cuca. Rodou por alguns clubes e foi parar em Cuiabá. Mesmo destino do também atacante Geílson. O jogador passou por Atlético Paranaense e Inter, mas foi no Santos que teve destaque. Foi esperança no clube paulista e está na história por ter marcado o gol 11.000 do time de Pelé.
Jônatas Obina virou titular assim que chegou, mas Geílson, por problemas com documentação, só estreou na última partida, o empate de 0 a 0 contra o outro classificado da chave, o Aparecidense.
Marcar gols, pelo menos até agora, não tem sido o forte do Mixto. Das cinco vitórias da primeira fase, quatro foram por 1 a 0. Foram sete gols em dez jogos. Por outro lado só sofreu quatro e tem a segunda melhor defesa da Série D (ao lado dos também classificados Central de Caruaru e Aparecidense), só perde para o Tiradentes (CE), com uma defesa vazada somente duas vezes.
Fazer gol no Mixto tem sido uma tarefa complicada. O goleiro Bruno, que já passou pelo Cruzeiro, tem sido um nome importante. Defendeu pênalti na vitória importante contra o Goianésia, foi o grande nome da última partida e deverá trazer dificuldades para Clebson e sua turma.
A dupla de zaga está junta desde o início do campeonato. Kal e Odair Junior atuam bem protegidos pela linha de três volantes: Kiko, Jamba e Felipe Blau. Felipe é o que mais aparece no campo de ataque e já marcou um gol na Série D.
Na continuação aparece o camisa 10 do Mixto. O habilidoso Geovani surge como o destaque ofensivo do time. Já sofreu pênalti e marcou três vezes. Também já foi expulso ao perder a cabeça na derrota para o Brasília e dar um pisão em um adversário que estava caído. Foi multado por isso.
O ataque deverá trazer dúvidas para Ito Roque. Os titulares mais frequentes foram Jônatas Obina e Rafael Paty, que não jogou na última partida, lesionado. Geílson foi o substituto e pode ganhar uma das duas vagas.
Resende tem ausências
O Resende tem pelo menos dois desfalques certos para o primeiro jogo, em Resende. Expulsos na última partida, contra o Nova Iguaçu, o capitão Hiroshi e o artilheiro Geovane Maranhão cumprem suspensão. Por outro lado, Paulo Campos tem o retorno do volante Dudu e pode ter a volta dos lesionados Capone, Valdeci, Marcel e Marcelo Régis.
A primeira partida está marcada para o sábado (31), às 15h, no Estádio do Trabalhador. O jogo de volta acontece uma semana depois, no Dutrinha, em Cuiabá. Sete dias de intervalo, quase dois mil quilômetros de distância e uma vaga para continuar sonhando com o acesso.
O principal problema que o Resende enfrentou na fase de grupos foi o alto número de atletas com lesão. O treinador Paulo Campos apostou na garotada para suprir as ausências. Os meninos deram conta do recado. Uma defesa sólida e um ataque com dois artilheiros fizeram a diferença e o clube conseguiu superar Nova Iguaçu, Aracruz (ES) e Araxá (MG). Ficou atrás somente do Tupi (MG), mas o mais importante era a vaga e agora terá pela frente um adversário que teve outros tipos de problemas para superar.
Troca de goleiro, presidente, esquema...
Considerando a máxima de que "um grande time começa com um grande goleiro", o Mixto começou bem a Série D. Na vitória por 1 a 0 sobre o Aparecidense na primeira rodada, o camisa 1 Maurício Telles foi o destaque. Era a estreia do goleiro, que acabou jogando só mais uma vez. Pediu dispensa com medo dos salários atrasados que eram constantes no clube.
Maurício e mais quatro atletas (outros dois deles titulares) abandonaram a barca que parecia destinada a afundar. O treinador Ito Roque, que substituiu o volta redondense Cláudio Adão, se esforçou para não deixar que os problemas extra campo atrapalhassem. Mas não foi fácil. Depois da derrota para o Águia Negra na segunda rodada, Hélio Machado, então presidente do Mixto, chegou a declarar que o clube era um "barril de pólvora". A pólvora no caso era feita de falta de dinheiro e atletas com três meses sem salário.
O tempo de recesso para a disputa da Copa das Confederações foi essencial para o Mixto arrumar a casa. O presidente Hélio cedeu a pressão, renunciou e foi substituído por Éder Moraes. O elenco começou a ser remontado com a competição em andamento. Dois reforços importantes chegaram. O goleiro Bruno provou com ótimas atuações que se depender dele, a velha máxima pode valer no Mixto.
O outro veio com uma curiosidade. O atacante Rafael Paty, que fez o gol da vitória que garantiu o Mixto na segunda fase - contra o Águia Negra, na nona rodada -, assinou contrato por três meses. Ou seja, se o Mixto avançar até o fim da competição, na teoria, perderá o artilheiro no último jogo da semifinal e na final.
Não é a única curiosidade do Mixto em relação à contratos. O volante Kiko era o capitão da equipe, mas não pôde enfrentar o Goianésia na terceira rodada. O jogador lembrava que seu contrato estava prestes a terminar, mas não tinha certeza da data. Foi avisado do término na véspera da partida. Renovou dois dias depois, mas quase perdeu a vaga no time titular.
Os volantes Jamba e Felipe Blau se acertaram e o treinador Ito Roque decidiu armar o Mixto com três atacantes. Kiko foi sacado. A formação durou dois jogos. Após perder para o Brasília, que era o lanterna do grupo, nova revolução no Mixto.
Dispensas, chegadas e formação definida
Fora de campo, três jogadores foram dispensados por indisciplina, dois eram titulares do time: o lateral esquerdo Ralph e o atacante Furlan. Na ocasião, o presidente Éder Moraes foi taxativo em entrevista ao globoesporte.com: "o Furlan, Ley e Ralph estavam exagerando na noite, muita bebedeira. Não dá. Tem que ser profissional. Eles não se encaixam no perfil que o Mixto precisa".
Dentro de campo, novo esquema. Kiko retornou ao time e o Mixto passou a jogar com três volantes. O esquema foi mantido, mas as mudanças continuaram.
Chegaram os dois jogadores com alguma fama no cenário nacional. Jônatas Obina, corpulento atacante que ganhou o apelido graças a alguma semelhança com o Obina mais famoso, chegou a ser titular do Atlético Mineiro em um passado não tão distante, mas foi dispensado pelo técnico Cuca. Rodou por alguns clubes e foi parar em Cuiabá. Mesmo destino do também atacante Geílson. O jogador passou por Atlético Paranaense e Inter, mas foi no Santos que teve destaque. Foi esperança no clube paulista e está na história por ter marcado o gol 11.000 do time de Pelé.
Jônatas Obina virou titular assim que chegou, mas Geílson, por problemas com documentação, só estreou na última partida, o empate de 0 a 0 contra o outro classificado da chave, o Aparecidense.
Marcar gols, pelo menos até agora, não tem sido o forte do Mixto. Das cinco vitórias da primeira fase, quatro foram por 1 a 0. Foram sete gols em dez jogos. Por outro lado só sofreu quatro e tem a segunda melhor defesa da Série D (ao lado dos também classificados Central de Caruaru e Aparecidense), só perde para o Tiradentes (CE), com uma defesa vazada somente duas vezes.
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O Mixto do treinador Ito Roque: três volantes e uma dúvida no ataque |
A dupla de zaga está junta desde o início do campeonato. Kal e Odair Junior atuam bem protegidos pela linha de três volantes: Kiko, Jamba e Felipe Blau. Felipe é o que mais aparece no campo de ataque e já marcou um gol na Série D.
Na continuação aparece o camisa 10 do Mixto. O habilidoso Geovani surge como o destaque ofensivo do time. Já sofreu pênalti e marcou três vezes. Também já foi expulso ao perder a cabeça na derrota para o Brasília e dar um pisão em um adversário que estava caído. Foi multado por isso.
O ataque deverá trazer dúvidas para Ito Roque. Os titulares mais frequentes foram Jônatas Obina e Rafael Paty, que não jogou na última partida, lesionado. Geílson foi o substituto e pode ganhar uma das duas vagas.
Resende tem ausências
O Resende tem pelo menos dois desfalques certos para o primeiro jogo, em Resende. Expulsos na última partida, contra o Nova Iguaçu, o capitão Hiroshi e o artilheiro Geovane Maranhão cumprem suspensão. Por outro lado, Paulo Campos tem o retorno do volante Dudu e pode ter a volta dos lesionados Capone, Valdeci, Marcel e Marcelo Régis.
A primeira partida está marcada para o sábado (31), às 15h, no Estádio do Trabalhador. O jogo de volta acontece uma semana depois, no Dutrinha, em Cuiabá. Sete dias de intervalo, quase dois mil quilômetros de distância e uma vaga para continuar sonhando com o acesso.
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