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Para bloquear uma nova má fase

- O dominicano Cueva marcou 11 pontos de bloqueio nas últimas duas vitórias (foto: Felipe Vieira) -
Seis jogos e seis derrotas. A corda começava a apertar o pescoço, mas ainda havia uma explicação de sobrevida: não eram adversários diretos. Na Superliga, existe um abismo orçamentário entre dois grupos de times. Isso faz com que cinco ou seis deles já entrem na primeira fase extremamente creditados aos playoffs (8 vagas). Os restantes têm que se virar para conquistar as últimas vagas por um pouco mais de competição e o status de estar entre os melhores do vôlei nacional.

A tabela do primeiro turno da Superliga colocou os jogos teoricamente mais complicados do Voltaço Vôlei para o início. Não foi só teoria. Sem conseguir arrancar sequer um pontinho (o que acontece quando a equipe derrotada vence dois sets na partida), a pressão chegou grande para os confrontos com os chamados adversários diretos. E o primeiro foi o Montes Claros.

A tão esperada hora da virada não chegou naquele dia *. O passo seguinte, ida a Taubaté para enfrentar o time da casa. Antes disso, reuniões. A diretoria cobrou. Um elenco que ora parece rachado, ora parece unido, decidiu se fechar de maneira tão acertada, que em uma análise fria, a derrota para Montes Claros chega a ter um lado bom.

"A pressão é grande para a gente. Sete derrotas consecutivas, e depois do jogo que perdemos para o Montes Claros a gente se reuniu e fechou entre o grupo. Foi ótimo, era o ponto final que estava precisando para a equipe", afirmou o levantador Fidele logo após a partida contra o UFJF. Era a segunda vitória consecutiva da equipe que antes bateu o Taubaté fora de casa.

Mas a sequência de vitórias foi interrompida dias depois. Em São Bernardo, contra o time da casa, o Voltaço voltou a ter atuações como as do início da Superliga, em que tinha grandes momentos no jogo, mas saía de quadra com a derrota.

Uma das grandes diferenças dos dois momentos - de derrota e de vitória - é notada nos números de um novato. Cueva, último reforço do clube para a Superliga, chegou da República Dominicana e aos poucos conquistou espaço. Estreou na emblemática derrota para Montes Claros. Naquele jogo, marcou três pontos. Deslanchou nas vitórias. Contra Taubaté, ao lado do líbero Daniel, tomou conta do jogo com 16 pontos marcados, quatro de bloqueio. Na partida seguinte, manteve o bom aproveitamento com 12 pontos, sete de bloqueio e o troféu de melhor em quadra. Mas, contra São Bernardo, voltou a oscilar, marcou três vezes, nenhuma delas de bloqueio.

A melhora de Cueva e do bloqueio do time parece ser um caminho interessante para o Voltaço vencer. Em toda a Superliga, somente Vivo Minas e RJ Vôlei (o antigo RJX) têm melhores números no fundamento. Um dos principais responsáveis pelo bom número é Fidele, o levantador mais alto da Superliga é garantia de rede alta para os adversários.

"O bloqueio acaba sendo um ponto chave para a gente. Tem o Léo(zão), com 2,10 (metros) na outra rede, depois eu entro não dando sossego para os ponteiros, ou seja, fica rede alta o tempo todo e pressionando a equipe para rodar. É complicado jogar contra. Eu que sou levantador sei o quanto é difícil jogar com jogadores altos, já joguei contra a Rússia, e é muito complicado. Graças à Deus nosso bloqueio tem sido efetivo e está fazendo diferença. Quando o nosso sistema defensivo funciona, nosso jogo funciona que é uma beleza, vai embora", acredita o levantador.

A menção de Fidele ao sistema defensivo também encontra explicações nas estatísticas do torneio. Enquanto a defesa é a nona colocada entre 12 equipes, em recepção é a última colocada. Contra os números, além de treinamento, muita vibração para motivar a superação da equipe. Com o expressivo Fidele, isso não falta. Junto com Daniel, são os que mais vibram no time, em um comportamento e uma parceria que vem de outros tempos.

Nos momentos bons e ruins, o rosto de Fidele nos jogos não mente
"Com a vibração você acaba contagiando quem está ao seu lado, e é meu perfil, como o do Daniel. Eu já joguei com ele no Vôlei Futuro e sempre foi assim. É outro ponto chave para nós, a vibração", acredita Fidele, que já tem data marcada para vibrar novamente. No sábado, às 20h, com o apoio da torcida, o Voltaço recebe o Moda Maringá no Ginásio da Ilha São João para colocar na balança os bons e maus números e buscar sair por cima nessa disputa interna e externa. Na disputa dentro do grupo, Brunão levou a melhor. Agora dono de uma das vagas no time titular, o central alerta para as dificuldades que o time terá em quadra, mas lembra que a torcida pode fazer a diferença.

"O Maringá tem estrelas como Lorena e Ricardinho, mas vem de uma sequência de quatro derrotas. Vamos ter que aproveitar essa má fase para ir pra cima. Contamos com nossa torcida para nos apoiar".

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