UFC 167: pode desconfiar
Quando o UFC divulga que algo será grandioso, a empolgação é natural. Afinal, eles têm tudo na mão para promover os melhores eventos, dias históricos e o que quiserem. Quando soube que a edição 167 iria coroar os 20 anos de história do UFC, logo me animei e pensei que coisa muito boa viria. Pensei errado!
Não se casa lutas de anônimos para os fãs do UFC em um dia histórico. Sim, acho importantíssimo dar oportunidade para quem está começando, à juventude, aos novos talentos, mas o card preliminar é de se olhar com certa desconfiança. Quem gosta mesmo, até vê um fio de esperança e curiosidade sobre o irmão da fera Antony Pettis. Além do irmão ser dono do cinturão dos leves, Sérgio Pettis é invicto (9-0-0) e tem o mesmo apelido de Belfort, “The Phenom” (O Fenômeno). Desperta mesmo uma vontade de assisti-lo, mas a desconfiança continua.
Chama também certa atenção a luta de Brian Ebersole contra Rick Story; talvez pudesse até estar no card principal. Brian é conhecido do público por ter incríveis 66 lutas no cartel, por entrar algumas vezes no octógono com depilações curiosas em forma de seta, coração... E, apesar de parecer ruim e meio sem técnica, ele descola vitórias surpreendentes. Já Rick é o contrário, agressivo, bem técnico e há um tempo chegou a ser cogitado como promessa por vencer grandes nomes como o próprio desafiante da noite ao cinturão, Hendricks, e outros favoritos. Em contrapartida perdeu para desconhecidos e lutadores médios o que até hoje deixa seu nome vinculado com a desconfiança.
Vamos ter Thales Leites como o único brasileiro no card e, desculpe por repetir a palavra mais uma vez, mas a desconfiança está presente aqui também. Destaque no jiu-jitsu, chegou ao UFC com boas finalizações e agradou. Com algumas derrotas foi demitido e há pouco tempo foi readmitido. Gostei do retorno, apesar de ter vencido por pontos mostrou coração e evolução na luta em pé. Vamos ver o que ele fará amanhã e qual Thales subirá na jaula; tomará que o inspirado e finalizador.
Bons nomes ainda aparecerem antes da luta principal, como Donald Cerrone e os veteranos Josh Koscheck, Rashad Evans, Chael Sonnen. E aqui tudo pode acontecer, mas não me empolga, todo mundo sabe o que cada um deles faz.
Na última e mais esperada luta, o desafiante ao cinturão Johny Hendricks conta com sua mão pesadíssima, mas que duvido muito consiga apresentá-la na luta. O canadense Georges St-Pierre é mito e apesar da maioria não gostar de ver suas lutas por serem monótonas e seguirem sempre o mesmo roteiro, ele para mim está a altura e pode vencer qualquer um (inclusive o Anderson). É ruim e triste vê-lo lutar com o livro de regras embaixo do braço e só fazer o básico para sair dali com a vitória. Mas garanto que, se ele precisar mostrar, tem todo um arsenal preparado: jiu-jitsu afiadíssimo, boxe incrível, uns dos melhores lutadores que aplicam o wrestling no MMA; o cara é uma máquina, inclusive no preparo físico. GSP é tão atlético que especialistas dizem que ele poderia ser vitorioso em qualquer esporte que escolhesse praticar. Vamos torcer para o 1% de chance que existe dele soltar o jogo e veremos um belo espetáculo. Mas, para não terem surpresas negatives, permaneçam desconfiados.
Gabriel Pereira
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