Shogun Vs. Sonnen - UFC Gourmet
O restaurante começa bem e serve uma entrada bem nordestina. Quem acompanha, conhece bem Diego Brandão, mas para quem ainda está se familiarizando com o MMA, faço a apresentação: Diego foi o primeiro brasileiro a ganhar uma edição do TUF (The Ultimate Fighter), o reality show com lutadores. E isso lá na terra do Tio Sam! Casca grossa no jiu-jitsu, nascido no Ceará, mas criado em Manaus. Teve que conviver com a morte precoce do pai, se envolveu em coisas erradas e viu na luta uma nova forma de viver e a chance de cuidar da família. Como todo bom nordestino, carrega na veia o sangue quente. É cabra macho e todas as dificuldades que passou na vida sofrida parecem ter multiplicado essas qualidades. Dentro do octógono, o garoto de 26 anos vira um mostro e mostra uma agressividade pra lá de empolgante.
Depois, vale olhar no cardápio do UFC Shogun X Sonnen o americano Joe Lauzon. Não que você vá apreciar algo inédito, mas nesse "prato" tem um tempero que raramente se prova em outro lugar. Que coração! Lembra quando o Cigano levou uma surra? Joe estava no card daquele dia e foi o carequinha que apanhou muito, bateu um pouco, que sangrou sem parar, que quase virou a luta e que em nenhum momento parou de avançar ou pensou em desistir. Foi a luta mais sangrenta do UFC 155 e provavelmente da história do evento. O Dana White, contente com o que viu, presenteou Lauzon com a lona usada para forrar o octógono, lotada de manchas de MUITO sangue. Vale lembrar que Joe Lauzon nesse evento recebeu o prêmio de bonificação da noite por fazer a melhor luta. Com o prêmio ele somou incríveis 11 premiações e é o lutador nais premiado do UFC ao lado de Anderson Silva.
Esse restaurante do UFC é bom, tem outras opções para lhe agradar caso não tenha ficado satisfeito. Uriah Hall, por exemplo, é um jamaicano carismático que participou do TUF 17 e protagonizou o maior nocaute da história do UFC dando um chute rodado na cabeça de Adam Cella - que na hora partiu de ambulância para o hospital. Atropelou todo mundo na casa e chegou à final onde lutou de forma irreconhecível e acabou perdendo.
Depois das valiosas entradas, pronto! É hora do prato principal. Todo mundo à mesa esperando feliz e faminto quando chega o bom e velho arroz com feijão. É bom, eu repito, mas é arroz com feijão, ninguém pede isso em restaurante top. Sonnen vai tentar derrubar e socar no chão, vai também soltar uns mata gatos. Do Shogun não é bom falar, pois não se sabe o que esperar. Às vezes cansa com dois minutos de luta, às vezes faz bonito, às vezes mais ou menos...O jeito é torcer para estar em um bom dia.
Ninguém gostou do prato principal! Sai todo mundo junto e para no podrão. Esse é garantia de sabor, tem desde ovo de codorna até purê de batata pra deixar satisfeito de verdade. Yuri Alcântara, o Marajó, enfrenta o ex-campeão do extinto WEC, Urijah Faber. O brasileiro está na melhor fase da carreira, está voando. Acredito que é ameaça séria para Renan Barão e seu cinturão, mas antes precisa passar pelo boa praça, veterano, fortíssimo fisicamente e número dois no ranking da categoria, “Califórnia Kid”. Esse prato sim, apesar de não ser o principal, parece que muita gente vai querer repetir.
Gabriel Pereira
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