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E como bom cavalheiro, primeiro as damas.
Só pra se ter uma ideia, o UFC distribui 300 mil DÓLARES de bônus pós-eventos. É um "plus" para quem fez mais do que o dever de casa, para quem dá show. E no UFC 168, 225 mil dólares foram destinados à uma única luta, a das belas, guerreiras e fortes moças! Cada uma levou US$ 75 mil por fazerem a melhor luta da noite, e Ronda ainda levou o prêmio de finalização da noite, acumulando US$ 150 mil sozinha (nada mal). Isso mostra um pouco de como foi o confronto.
Reviravoltas durante a luta deram um toque extra de emoção, mas que não ofuscaram o total domínio de Ronda, que realmente mostrou estar muito acima das outras. Isso tanto técnica, quanto fisicamente. Coisa linda de luta! Elevou a moral do MMA feminino, fez marmanjos vibrarem. Parabéns às duas, que raça da Miesha!
Agora, foi ótimo ter acontecido uma coisinha nessa luta. Não que eu tenha gostado da atitude, mas porque vai me ajudar a soltar o verbo.
Para quem não sabe, as duas já haviam lutado pelo título do extinto StrikeForce. Ronda quebrou o braço de Miesha na oportunidade. Foram convidadas pelo UFC para protagonizar, como treinadoras, o TUF 18 nos EUA. Lá trocaram farpas e mostraram ao mundo que se odiavam. E isso era a pimenta dessa segunda luta.
Depois de tudo isso e de ter sido finalizada ontem, Miesha ainda estendeu a mão para ajudar Ronda a se levantar e para parabenizá-la. O que a campeã fez? Não deu a mão e ainda se virou fazendo cara feia.
Já escrevi uma vez por aqui sobre o que penso sobre Anderson, logo após a primeira luta dele com Weidman (Clique aqui). É um texto que pode ajudar a entender melhor o que eu digo agora.
Já vi muita gente falando tanta coisa hoje e admito que é típico papo que me irrita. É gente falando de patriotismo, de sorte, de azar e um blá blá blá sem fim.
Os americanos são os maiores exemplos de patriotismo, certo? E o que fizeram quando Ronda não deu a mão à Miesha? VAIARAM MUITO!!! Sim, vaiaram muito a campeã invicta americana, a judoca medalhista olímpica pelo país, a bonequinha linda do UFC.
Essa é a prova de que antes de patriotas, o povo, independentemente do país ou de qualquer outra coisa, gosta e admira respeito. Eles apreciam os ídolos não só pelas vitórias, mas por tomarem a atitude certa.
Volto a ser repetitivo, Anderson Silva para mim, foi, e é, um dos maiores lutadores do mundo. Isso se não for o melhor. Mas ele cansou de desrespeitar adversários, envergonhando o nosso país. E você vem falar de patriotismo? Sinceramente não aceito. Sou a favor do correto antes da cor da bandeira e é isso que as artes marciais pregam.
Sorte? Azar? Olha o tamanho territorial e populacional dos EUA. Pois bem, Weidman tem o título de All American, destinado ao campeão nacional universitário de wrestling. E lá, esporte universitário é coisa séria. E forte! Comparando mal e porcamente, é como se no Brasil você fosse campeão brasileiro individual de algo que todo mundo pratica. Weidman é invicto no MMA e dentro do UFC; dentro do maior evento do mundo de lutas. NINGUÉM conseguiu vencê-lo, nem mesmo Anderson Silva (por duas vezes). Weidman treina defesas de chutes baixos que, caso não saibam, é feita com a canela. Coloque sua linda canela para defender um chuto de Anderson e veja se o mesmo iria acontecer. Mais fácil a sua canela quebrar!
Nas duas lutas, Weidman ganhou o primeiro round com bom domínio. Ontem Anderson levou um cruzado no clinch que acertou sua orelha e apagou por alguns segundos. A luta foi para o chão e ele acordou rapidamente, continuando o primeiro round. Estão falando mesmo de sorte ou azar? Não vi ninguém falar que Anderson teve sorte ao acordar do knock down e continuar a luta.
Parou o blá blá blá. Méritos totais pra Weidman! Na minha humilde opinião, ele se mostrou superior e saiu com o cinturão!
E por último, gostaria de esclarecer que ontem, apesar de todo meu desafeto por Anderson, e de ter torcido contra, gostei e fiquei feliz por ele ter tocado as luvas, por ter cumprimentado antes do início do primeiro round, por ter lutado com seriedade e guarda alta e por, de algum jeito, Anderson ter mostrado um maior respeito. Acredito que se tivesse feito sempre assim, seria mais querido, seria maior como lutador e não teria manchas e desconfianças na carreira. Parece que Anderson provou do ditado "aqui se faz aqui se paga". Nunca é tarde para se arrepender, analisar os conceitos e mudar. Parece que Anderson também percebeu isso. Boa sorte na recuperação, e volte com mais surpresas boas.
Já afirmava Pascal: “Não me envergonho de mudar de opinião, porque não me envergonho de pensar".
Está certo, Anderson? Certo, eu mesmo? Certo, todo mundo?
Gabriel Pereira
